Aines caiu. Vinha do dentista e pisou num buraco. Desequilibrada caiu na calçada. Feriu o joelho e machucou os dois pés. Foi à emergência, enfaixou os pés e fez curativo no joelho. Está imobilizada, com recomendação de não pisar no chão por uma semana.
A Ângela foi a primeira a tomar conhecimento da queda. Foi lá e viu a Aines no seu quarto, deitada na cama, tendo como única distração um radinho de pilha. De imediato, providenciou uma televisão.
Logo, toda família sabia do ocorrido. Assim, a Aines recebeu várias ligações. Todos lamentavam o ocorrido. A família queria, de alguma maneira, ajudar. Ela devia estar muito triste. Chateada, solitária e sofrendo.
Viva a Aines. Quando da ligação, encontrávamos uma pessoa alegre, feliz e sem lamentar o ocorrido. Falava bem do médico que lhe atendeu, das irmãs que cuidam dela e de nós, que telefonávamos. Diz que logo vai ficar boa, doeu na hora, mas não dói mais. Já passou.
À primeira vista, poderíamos pensar que era um caso de rir ou de chorar. Pois não é de rir e nem de chorar, mas de se orgulhar. Aines é dessas pessoas que pensa positivo, tudo pra ela está bom e vai melhorar. É um exemplo àquelas pessoas que muito têm e que transformam qualquer dificuldade num grande problema. Àquelas pessoas que nunca estão satisfeitas.
Não é pra rir nem pra chorar, mas pra se orgulhar. Esses momentos da Aines nos servem de lição. O não reclamar, não choramingar, parece que, pra Aines, flui espontaneamente. Para nosso bem e o bem dos nossos, devemos aprender e desenvolver esse modo de ser de nossa irmã.
A Aines faz bem.