quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PRA ONDE SE OLHA, A GENTE SE MOSTRA.

Estava saindo do restaurante Hortelã, quando me deparei com um cidadão de paletó, na parte de cima da calçada, olhando pra um ‘flanelinha’ que estava no lado debaixo, no estacionamento. Um olhava pra baixo e falava num tom arrogante, o outro, olhava pra cima e respondia numa voz quase inaudível.
Foi aí, que pensei.

Q
uem se sente maior sempre olha para os outros como se fosse superior. Vive no pedestal. Alimenta-se na sua base. Percebe-se melhor do que os outros. Continuamente olha para baixo.

É isso, está sempre olhando para baixo.

Quem olha para baixo, usualmente rejeita as pessoas e exclui os já excluídos da sociedade, faz parte de uma elite falsa que se afasta do povo, ao invés de reuni-lo. Seu montante de bens o faz sentir-se poderoso e não busca da sabedoria do alto.

O humilde, ao contrário, conhecendo-se como um ser limitado e um servo inútil, busca as coisas do alto.

É isso, está sempre olhando para cima.

Este se percebe incompleto, finito e necessitado. Está permanentemente se reconhecendo pequeno e crendo que somente ELE é bom. Medita as palavras do evangelista Lucas: “Somos servos inúteis”.

Crendo que somente ELE é bom e nos preenche, O busca e quando mais se aproxima DELE se percebe o quão pequeno se é. É nesse caminho que se vai conquistando a paz interior, o bem pelos outros e o amor de Deus.

Aquele que se acha maior, melhor e mais merecedor, é autossuficiente e pouco aprende com o irmão, se afasta do Reino e se perde na sua mesquinhez.


Não se nega aqui que todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai, mas nos adverte o livro da Sabedoria: “O pequeno pode ser perdoado por misericórdia, mas os poderosos serão examinados por poder”.