Estava
saindo do restaurante Hortelã, quando me deparei com um cidadão de paletó, na
parte de cima da calçada, olhando pra um ‘flanelinha’ que estava no lado debaixo,
no estacionamento. Um olhava pra baixo e falava num tom arrogante, o outro,
olhava pra cima e respondia numa voz quase inaudível.
Foi
aí, que pensei.
Q
|
uem
se sente maior sempre olha para os outros como se fosse superior. Vive no
pedestal. Alimenta-se na sua base. Percebe-se melhor do que os outros. Continuamente olha para baixo.
É
isso, está sempre olhando para baixo.
Quem
olha para baixo, usualmente rejeita as pessoas e exclui os já excluídos da
sociedade, faz parte de uma elite falsa que se afasta do povo, ao invés de
reuni-lo. Seu montante de bens o faz sentir-se poderoso e não busca da
sabedoria do alto.
O
humilde, ao contrário, conhecendo-se como um ser limitado e um servo inútil,
busca as coisas do alto.
É
isso, está sempre olhando para cima.
Este
se percebe incompleto, finito e necessitado. Está permanentemente se
reconhecendo pequeno e crendo que somente ELE é bom. Medita as palavras do
evangelista Lucas: “Somos servos inúteis”.
Crendo
que somente ELE é bom e nos preenche, O busca e quando mais se aproxima DELE se
percebe o quão pequeno se é. É nesse caminho que se vai conquistando a paz
interior, o bem pelos outros e o amor de Deus.
Aquele
que se acha maior, melhor e mais merecedor, é autossuficiente e pouco aprende
com o irmão, se afasta do Reino e se perde na sua mesquinhez.
Não
se nega aqui que todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai, mas nos adverte o
livro da Sabedoria: “O pequeno pode ser perdoado por misericórdia, mas os
poderosos serão examinados por poder”.