sexta-feira, 31 de agosto de 2012

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM


02.09.2012 – Mc 7,1-8.14-15.21-23
H
oje a Liturgia nos trás como proposta uma reflexão sobre a Lei.
O Livro do Deuteronômio, ou Livro da Lei, apresenta um conjunto de leis e preceitos, que conduz o Povo pela estrada da felicidade e liberdade. A sua preocupação está em que os homens não adulterem, adaptem, suavizem, suprimam, acrescentem, para atender seus interesses, atribuindo suas propostas a Deus.
Tiago apresenta um raciocínio continuado: Deus oferece seus dons, o crente deve está disponível para acolher a Palavra, e a escuta deve conduzir à ação, à conversão, à mudança de vida. Então, a escuta atenta da Palavra faz o crente passar de uma religião ritual, legalista, externa e superficial, para uma religião de efetivo compromisso com a realização do projeto de Deus e com o amor dos irmãos.
No Evangelho, Jesus denuncia uma religião que cumpre regras, mas não ama. Interessa-lhe mais “parecer” que “ser”, a materialidade do que a essência das coisas. É mentira, é hipocrisia.
A verdadeira religião não passa pelo simples cumprimento de regras externas, mas por uma autêntica conversão do coração, a fim de que os sentimentos, os desejos, os pensamentos, os projetos, as decisões se concretizem no dia a dia, na escuta atenta aos desafios de Deus e no amor aos irmãos.
As leis são, tão somente, meios para nos ajudar a chegar mais distante em nossos compromissos.
Anaíres Lino

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Na bagagem...


...que as lágrimas não vençam o sorriso,
...que o medo não seja mais forte que o sonho,
...que a solidão não supere a esperança,
...que a dúvida não supere a fé,
...que a fé seja maior que a ciência,
...que a tristeza não abafe o amor,
...que nosso amor ajude a superar as dificuldades,
...que o cansaço não cale a oração,
...que a felicidade seja consequência,
...que os caminhos levem ao encontro,
te amo 
Ana Lucia Lino

sábado, 25 de agosto de 2012

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM


26.08.2012 – Jo 6,60-69
A
 liturgia de hoje nos fala de opções e escolhas.
O profeta convida o povo a fazer uma opção, porque a aceitação de Deus não pode ser uma obrigação imposta, mas uma opção livre feita por quem já teve uma experiência de encontro com Deus. Josué é aquele que interpela e questiona aqueles que caminham ao seu lado. E convida a testemunharem com a vida aquilo que ensinam ao povo.
 Paulo adverte “sede submissos uns aos outros no temor de Cristo”. A carta deve ser entendida no contexto sociocultural da época, para não parecer discriminatória. De qualquer forma, a submissão a que ele se refere vem no sentido do amor e do serviço e não no sentido da escravidão. Ele fala de um amor totalmente despido de qualquer sinal de egoísmo e de prepotência.
No Evangelho, os interlocutores de Jesus logo perceberam que estavam diante de uma opção fundamental: ou continuar a viver dentro da lógica humana, ou assumir a lógica de Deus. Alguns não estão dispostos a renunciar seus próprios projetos de ambição e realização humana. Estes são os que seguem a Jesus pela razão errada: a fácil satisfação das necessidades materiais mais básicas.
Jesus não suaviza as suas exigências ao grupo dos Doze: “também vós quereis ir embora?” Ele não está disposto a prescindir da radicalidade de seu projeto.
Diante da opção fundamental, os Doze aderem a Jesus, porque reconhecem nEle o único caminho capaz de lhes conduzir à verdadeira felicidade, o caminho de vida eterna.
Todos os dias somos desafiados/convidados por Jesus a construir nossa existência sobre os valores do amor, do serviço simples e humilde, da partilha e da coerência com os valores do Evangelho.
Anaíres Lino

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Que não esqueça...


P
AI, quando a felicidade me fizer sorrir, que a alegria não me faça esquecer o irmão que sofre.
PAI, quando festejar minhas conquistas, que não esqueça que pertenço a uma família universal.
PAI, quando o caminho se tornar penoso e a dor insuportável, que não esqueça de pedir Tua ajuda e que eu saiba esperar por ela.
PAI, quando o coração sangrar e desamparo tomar conta, que não esqueça do doce aconchego da Mãe que me deste.
PAI, quando a desesperança me impedir de seguir, que não esqueça que atuas em mim e me fortaleces.
PAI, quando as lágrimas turvarem a visão, que não esqueça que És o caminho e me entregue aos Teus ternos cuidados.
PAI, quando me sentir só e a tristeza doer, que não esqueça do Teu abraço e da Tua ternura e que não abandone a fé e o sonho.
PAI, quando me fechar no sofrimento que não esqueça dos que sofrem comigo e que esta é uma oportunidade de crescer no amor.
PAI, quando o medo me paralisar e enfraquecer, que o silêncio se faça e ouça Tua voz no meu coração.
PAI, mesmo na prece aflita e distraída, que não me sinta sem consolo e proteção, que teu poder transformador me traga paz e plenitude, para que revestida de fé e confiança e pela tua graça reconheça que És minha segurança no presente e esperança no futuro...

Ana Lucia Lino

domingo, 19 de agosto de 2012

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


19.08.2012 – Lc 1,39-56

A
 Festa da Assunção é a maior das festas de Maria, porque marca a sua entrada na glória. É a sua plenitude como criatura, mãe, discípula de Cristo.
Transfigurada pelo Espírito Santo, derramado por Cristo, ela está na glória do Pai. Ela é a “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”.

O que São Paulo proclama hoje é a nossa fé e o centro de nossa esperança: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos”.
Ela que esteve perfeitamente unida a Cristo na cruz, agora está perfeitamente unida a Ele na glória. A festa hoje não é só de Maria é de Cristo, a quem ela glorificou como autor de nossa salvação; é da Igreja, que fica cheia de esperança, porque um dia também será totalmente glorificada com ela; e é de cada um de nós, porque em Maria já antecipamos o que o Pai preparou para todos nós.

Na solenidade de hoje, o que mais realça é a exaltação da glória de Cristo: nele está a vida e a ressurreição, a esperança de libertação definitiva. Todo aquele que crê em Jesus, morrerá com Cristo e ressuscitará com Cristo.

“Bendito é o fruto do teu ventre”.

“Dai-nos, Senhor, viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de sua glória”.

Anaíres Lino


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

REZEMOS JUNTOS!


Quando a Roseane Bastos pede força, leio muita gente dizendo que está rezando ou que vai rezar.

Gostaria que fizéssemos isso juntos.

Por toda a semana e durante nove dias, todos rezássemos na mesma hora, no mesmo instante, no mesmo momento.

Qual hora?

Sugiro que no início do Jornal Nacional fechássemos a televisão e fizéssemos nossa oração em uma só voz.

Cada um rezasse de acordo com sua crença, sua religião, sua fé, enfim, cada um fizesse sua oração a seu modo.

Eu rezarei assim:

Senhor, meu Deus,

Eu, um eterno necessitado, venho suplicar a vós com toda humildade.

Venho Lhe pedir, meu Deus bom e cheio de misericórdia, que me atendeis.

Acolheis Vós meu pedido nessa hora de grande necessidade.

Cuidai dessa vossa filha que sempre Lhe teve como Pai. Curai a dor dessa vossa serva que Lhe adorou como Deus.

Curvai, Senhor Deus, Vosso ouvido sobre nós, atendei nosso pedido e que seja feita a Vossa vontade.

AMÉM!



19º DOMINGO DO TEMPO COMUM


12.08.2012 – Jo 6,41-51
N
ovamente a liturgia nos trás a preocupação de Deus em oferecer o “pão” da vida. A primeira leitura e o Evangelho falam do “pão” que sacia definitivamente aquele que o acolhe e a segunda leitura nos diz das consequências deste acolhimento.
Elias é o grande defensor da fidelidade a Deus. Mas, diante da incompreensão e perseguição, o profeta escolhe morrer. Aqui, ele nos mostra a presença continua e o cuidado de Deus para com aqueles que são fiéis à missão. Repare que Deus não elimina os perseguidores. Ele não anula a missão, mas dá força para o profeta continuar sua peregrinação. Também nós precisamos revitalizar a fé e reencontrar o sentido de nossa missão.
Paulo nos diz que os vícios do “homem velho” devem ser eliminados da vida do cristão. Cada um de nós sabe qual é o vício de “estimação”. Aquele que nos impede de avançar na missão. O apóstolo nos exorta a pautar toda a nossa vida com atitude de bondade, compaixão, perdão, tendo Cristo como nosso modelo.
O que é decisivo no Evangelho de hoje, é o “acreditar”, isto é, aderir definitivamente a Jesus e aos valores que Ele veio propor. A “carne” a que João se refere não é a carne física, mas é a própria pessoa de Jesus, que com seus gestos, com seu amor, com sua proposta veio nos dizer como chegar à vida verdadeira e definitiva.
Questão: o projeto que Ele veio nos propor tem um real impacto na nossa caminhada e nas nossas opções?
Anaíres Lino

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vai lá!


V
ocê me fala de um bom cinema, de televisão ou de uma praia, talvez.
Eu lhe digo que não tem lugar melhor que a 83.

Lá vem você lembrando as coisas do sertão, leite de vaca, queijo e ovos de galinha pedrês.
Eu lhe digo que não tem lugar melhor que a 83.

Tá liso, tá no vermelho, quebrou de vez.
Eu lhe digo que não tem lugar melhor que a 83.

Você me manda viajar, conhecer outros países, falar outras línguas, italiano, espanhol ou francês.
Eu lhe digo que não tem lugar melhor que a 83.

Você me aconselha a ir pro restaurante, comer camarão ao alho e óleo acompanhado de um bom uísque escocês.
Eu lhe digo que não tem lugar melhor que a 83.

Tá chateado, não tá bem, não quer ver ninguém, vai se esconder em algum lugar pra não ser descortês.
Eu lhe digo que não tem lugar melhor que a 83.

Sua dor lhe machuca, precisa de um colo, um ombro, uma palavra, um silêncio, precisa de um lugar, não suporta ficar só.
Eu lhe digo que a 83 é o seu lugar melhor.

Vai lá!






sexta-feira, 3 de agosto de 2012

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM


05.08.2012 – Jo 6,24-35
N
este domingo, a liturgia dá continuidade à preocupação de Deus em assegurar alimento para seu povo, tema do domingo passado, também. Como sabemos, não se trata saciar, apenas, a fome física, mas ajudar o povo a crescer, amadurecer e superar a mentalidade egoísta.
A primeira Leitura faz uma catequese preocupada em defender o povo da tentação de procurar refúgio e segurança fora de Deus. Diante de um povo, que ainda não aprendeu a confiar em Deus, Este se revela como o Deus da bondade e do amor, que está junto a nós na caminhada. Ele ensina o povo a confiar, não acumular bens, a entregar-se, a viver o desprendimento.
Paulo insiste no convite para deixarmos os esquemas antigos e abraçarmos definitivamente a vida nova em Cristo. Isto implica num trabalho continuo, numa constante renovação. Nunca atingiremos um nível satisfatório de perfeição, mas estaremos sempre em atitude de vigilância e conversão.
No Evangelho, João sugere que muitas vezes não procuramos a pessoa de Jesus, mas procuramos a solução para nossos problemas materiais. Trata-se de uma procura interesseira, egoísta, que é absolutamente contrária à mensagem que Jesus quer passar.
Jesus de Nazaré é o Pão da Vida que desceu do céu. É através de Jesus, que Deus sacia a fome e a sede do povo e garante vida eterna.
Deus vai conosco ao longo da caminhada pelo deserto da vida, vê nossas necessidades, conhece nossos limites, sabe de nossa tendência ao egoísmo e comodismo, e aponta-nos novos caminhos. Sigamos.
Anaíres Lino