quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

SANHAÇUS



E lá estou eu de novo

No jardim

Ligo a mangueira

E lá vem os Sanhaçus

O casal

Que atende meu chamado

E lá estamos nós

Eles se banhando

E eu lavando minha vista

São livres para pousar,

Têm liberdade pra voar,

Acho que amar é assim.

Quero meus netos assim.

Livres de nossas asas

Para tê-los sempre

Na árvore

Continuam os sanhaçus

Pulam de galho em galho

Sem viveiro, sem gaiola

Somos, me arvoro dizer, amigos

Livres!

É isso que somos:

Criaturas de Deus.




SÃO CINCO, JUNTOS PARECEM MIL

São cinco,
Juntos, parecem mil.

Ontem tiveram aqui,

Parece que faz século.

Entram no nosso mundo.

Uma permissão

Já dada antes de nascerem.

Apoderam-se de nós.

Não é fácil saber quem está

Conduzindo

E quem é

Conduzido.

São cinco,
Juntos, parecem mil.

Se foram,

Deixaram o silêncio,

Levaram o cheiro.

O aroma da casa é diferente

Sem eles.

É o perfume deles

Que nos faz dizer:

Deus está aqui.

Um de uma beleza leve, calma

E tranquila, de olhos abertos

E maravilhados.

Bendito seja Senhor,
Que maravilha Heitor.

Outro, careca e cheio de paz,

Olha-nos como quem diz:

O amor que recebi, tenho e trago.

Deus nos deu o Tiago.

Tem aquele dos olhos cor do céu.

Veio fazer companhia

Ao “gente boa”.

Sem limites, o Criador da Salvação
Nos presenteia com
Pedro e Joao.

Por fim, ele veio para alegrar,

Veio com o sorriso

E a gargalhada

Mais linda do mundo.

E Maria, que nada faz sozinha,
Com seu Filho,
Nos trouxe o Rafinha.

São cinco,
Juntos, parecem mil.

Levem-nos para a doçura

E para a essência,

Para o mundo de vocês,

Já esquecemos


O que é inocência.