Padre Hugo
“Como era bom vê-lo sentado ali!”
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nossas reuniões estava ele ali sentado no meio e nós, e nós, os afortunados, ao
seu redor. Qualquer lugar que ele escolhesse, esse era o centro. Não porque
vinha mandar, mas porque desejava servir.
Vinha
falar dos laços de fraternidade que devem se formar nas nossas famílias. Falar
da escola de liberdade e paz que é nossa casa, nossa família.
Falava
manso como seu coração e sussurrava com gestos para exprimir suas idéias e seus
sentimentos, lições que provocavam ruídos em nossas consciências.
“Como era bom vê-lo sentado ali!”
Sua
aparência tranquila, seu semblante de paz, sua fisionomia que transmitia
segurança e seu olhar que enxergava mais longe.
Era
muito significativo em sua fala e em seus gestos a familiaridade que ele tinha
com o Filho de Deus e a proximidade com que ele se referia a Maria.
“Como era bom vê-lo sentado ali!”
Uma
fonte de verdadeira alegria e paz. Reconhecendo-se fraco, dizendo-se pequeno e
sabendo que, com a ajuda de Jesus, era revestido de força com a qual realizava
um grande passeio na vida com nosso Senhor. E muitas vezes nos fazia acompanhá-lo.
“Como era bom vê-lo sentado ali!”
Levando
a palavra de Deus a quem estava a seu redor, era um momento de sentirmos a
presença e a misericórdia divina. E senti-lo como um instrumento. Havia
momentos que, ao seu lado, não sabíamos se ele falava de Deus ou falava com Deus.
Sua
existência era, para todos, para todos que estavam ao seu entorno, um modelo, exemplo
de filho que tinha se colocado confiantemente nas mãos de Deus; a isso nós
damos o nome de fé. Que grande legado nos deixa, que grande herança nos
presenteia, que responsabilidade a nossa.
Era
um padre que, quando falava de Deus, falava de amor. Falava do amor de Deus.
Ele nos procura, é Deus que dá o primeiro passo na nossa vida, é Deus que se
aproxima em primeiro lugar, professava esse nosso irmão. Quantas vezes não
citou Isaias.
“Como era bom vê-lo sentado ali!”
Estar
com ele, ao redor dele, nos fazia experimentar a proximidade íntima de Jesus.
Fazia-nos sentir, com suas palavras, a doçura e a eficácia de Sua presença.
Hoje,
não tão perto dele, mas, certamente, ele bem mais perto da gente, somos
convidados a compartilhar a alegria de nos reconhecermos filhos e filhas salvos
pela misericórdia de Deus, somos convidados a dar testemunho de que a fé é
capaz de oferecer nova direção aos nossos passos; essa fé que é amor e nos
torna livres e fortes a fim de estarmos disponíveis para os outros. Assim como
ele.
Enfim,
era ele quem, nesses nossos encontros, “passava
a limpo as tarefas da vida familiar”. Não esqueçamos as palavras que ele
tanto valorizava e julgava necessárias usá-las no nosso dia-a-dia: com licença,
obrigado, desculpa, posso e perdão.
Não
esqueçamos também dos comes e bebes, pois seu apetite era à altura de sua fé,
pois nunca reclamou da fadiga nem da falta de apetite.
“Como era bom vê-lo sentado ali!”