quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Cem dias... um novo dia... um novo tempo!

E
stamos às vésperas dos cem dias sem a mamãe ou, digamos melhor, com a mamãe no outro lado.

Pensar nisso e nela implica numa reflexão.

Implica um tempo de reavaliação e de compromisso. É tempo de recordar e corrigir-se. Um tempo para retomar a caminhada. A caminhada por ela traçada e na qual seus pés pisaram, suas lágrimas derramaram e nela fincou seu coração.

Se tivermos força de assim pensar e por ser uma atitude tão sublime e bela poderíamos provocar uma grande celebração, na qual se tocaria a trombeta, se reuniria uma assembleia, proclamaríamos a Palavra de Deus e renovaríamos a vida.

Sejamos, entretanto, mais simples.

Façamos esse cem ser um dia pessoal e íntimo, um dia de grande oração de louvor e agradecimento, sobretudo, pelo dom da ressurreição. Façamos que esse dia exija de nós uma busca da vivência da justiça e da misericórdia de Deus e o perdão das dívidas, da reconciliação com os irmãos e da intensificação do compromisso de solidariedade com os pobres e excluídos.

Esse dia, assim como seu legado, é mais forte que nossas convicções, assim como o amor é mais forte que o ódio e a vida mais forte que o escuro de nossas fortalezas, pode ser um novo dia.


Um novo dia... um novo tempo!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O outro, o irmão, o próximo.


“Em
 verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra será desligado nos céus”. Mateus.

A bíblia nos ensina que essas palavras do novo testamento se referem ao sacramento da reconciliação. Um encontro interpessoal que faz parte do sinal sacramental e manifesta a interioridade da pessoa, além da necessidade de um diálogo a sós entre o penitente e o ministro.

Quanto a isso não há discussão, entretanto, me atrevo a ir mais além.

As pessoas de bom senso sentem necessidade de pedir perdão e se dispor à conversão. Mas o que é a conversão? Supõe a ideia de quem tomou a decisão errada ao seguir um caminho, a necessidade posterior de abraçar o outro caminho.

E quando isso acontece ou deixa de acontecer?

Isso ocorre quando nós nos ligamos a Deus ou nos desligamos DELE.

Quando fazemos o bem ao outro, nas vezes que nos aproximamos com carinho do próximo, nas ocasiões que esquecemos os conflitos com o irmão e lhe estendemos a mão e abrimos nossos braços para um abraço: nesses momentos nós – eu e o irmão – estamos ligados a ELE. Reparem que ninguém se liga sozinho a Deus.

Infelizmente, nós também temos o poder de desligarmos do irmão e de Jesus. São quando nos deixamos levar pelo rancor, pelo orgulho e pela vaidade. São às vezes em que nossas fraquezas e a falta de humildade nos dominam e nos levam a atitudes orgulhosas, que não nos deixam pedir desculpas e negamos um ombro amigo e um colo carinhoso. Reparem que podemos se desligar sozinho de Deus.

São dois caminhos bem distintos, que todos nós sabemos perfeitamente distingui-los e que temos a liberdade de escolher. A opção é nossa assim como as consequências.

A preferência por um inviabiliza o outro. Mas nenhum é definitivo. Podemos cair, podemos reconhecer o erro, podemos voltar atrás. Mas somente um nos traz a alegria, a alegria do encontro. É quando nos interessamos pelo outro, quando queremos o bem do outro, quando nos ligamos ao outro, que nos liga a Deus.  A isso se dá o nome de amor.


E o amor é a melhor coisa que podemos fazer na vida e é a melhor coisa porque o amor nos liga ao irmão e a Deus.