Bambu
e olho d’água. Juntos se (nos) completam.
Fonte
de água, fonte de vida.
Olho
d’água! Nosso!
Se
falarmos de tamanho não é lá grande coisa. Uma coisinha assim. Não é pela
dimensão que vamos medir sua importância. Até porque são coisas assim pequenas
(como um grão de mostarda ou um tiquinho de fermento, sabedoria bíblica) que
enchem nossos corações, que brilham nossos olhos e lavam nossas almas.
Olho
d’água! Nosso!
Quando
o vemos, por ternura e gratidão, é impossível não abraçar com o nosso olhar aquele
pedacinho de terra, aqueles bambus e aquela nascente de água viva.
Foi
dele que enchemos os potes. Item do dia a dia da história da mamãe.
Dele
nos “se asseamos”. Elemento vivo de nossa biografia.
Dele
bebeu a junta de bois do engenho. Fez parte da vida do papai.
Água
de beber camarada.
As
panelas no ‘fogão a lenha’ ferviam suas águas.
Fomos
criados com ele e, muitas vezes, nele.
Está
nas nossas lembranças, apressadamente, poderia dizer, no nosso sangue.
Atrevo-me
a falar que faz parte do nosso DNA.
DNA
dos “bastoslino”.
Quem
dele encheu potes d’água, tem uma terna, eterna e forte lembrança.
Quem
nele matou a sede das juntas de bois, tem saudades inesquecíveis.
Quem
“se asseou” nas frias tardes de suas geladas águas, tem motivo de sorrir do
passado.
Olho
d’água, de tudo que foi, é e será três coisas permanecem para sempre; fonte que
não seca, saudades que não passam, lembranças que ficam.
Sem
tê-lo, somos dele assim com ele é nosso.
Amém!