segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Bambu e olho d’água

Bambu e olho d’água. Juntos se (nos) completam.

Fonte de água, fonte de vida.

Olho d’água! Nosso!

Se falarmos de tamanho não é lá grande coisa. Uma coisinha assim. Não é pela dimensão que vamos medir sua importância. Até porque são coisas assim pequenas (como um grão de mostarda ou um tiquinho de fermento, sabedoria bíblica) que enchem nossos corações, que brilham nossos olhos e lavam nossas almas.

Olho d’água! Nosso!

Quando o vemos, por ternura e gratidão, é impossível não abraçar com o nosso olhar aquele pedacinho de terra, aqueles bambus e aquela nascente de água viva.

Foi dele que enchemos os potes. Item do dia a dia da história da mamãe.

Dele nos “se asseamos”. Elemento vivo de nossa biografia.

Dele bebeu a junta de bois do engenho. Fez parte da vida do papai.

Água de beber camarada.

As panelas no ‘fogão a lenha’ ferviam suas águas.

Fomos criados com ele e, muitas vezes, nele.

Está nas nossas lembranças, apressadamente, poderia dizer, no nosso sangue.

Atrevo-me a falar que faz parte do nosso DNA.

DNA dos “bastoslino”.

Quem dele encheu potes d’água, tem uma terna, eterna e forte lembrança.

Quem nele matou a sede das juntas de bois, tem saudades inesquecíveis.

Quem “se asseou” nas frias tardes de suas geladas águas, tem motivo de sorrir do passado.

Olho d’água, de tudo que foi, é e será três coisas permanecem para sempre; fonte que não seca, saudades que não passam, lembranças que ficam.

Sem tê-lo, somos dele assim com ele é nosso.


Amém!