sábado, 30 de junho de 2012

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO


01.07.2012 – Mt. 16,13-19

H
oje comemoramos a memória dos apóstolos Pedro e Paulo, colunas da Igreja e exemplos de fidelidade a Jesus.

Com Pedro aprendemos que o anúncio do Reino gera oposição naqueles que compactuam com a injustiça/opressão ou naqueles que estão instalados/acomodados/aprisionados e não tem coragem de questionar as cadeias que os prendem. Mas, essa oposição não deve e não pode calar o testemunho do cristão, porque Deus não nos abandona e sempre escuta a oração da comunidade unida e solidária.

Há duas maneiras de dar a vida por Cristo: uma é gastá-la dia a dia na tarefa de testemunhar seu plano de salvação; a outra é derramar de uma vez o sangue por causa da fé. Paulo experimentou as duas, por isso segui-lo é um desafio. O caminho que ele percorreu continua sendo muito difícil, porque implica em renunciar valores/comodidades e, ainda por cima, ser incompreendido, maltratado e até ser olhado com desconfiança.

Convêm ter sempre presente que quem escolhe Cristo nunca está só.

A primeira parte do Evangelho é de caráter mais cristológico, centra-se em Jesus Cristo. A segunda parte de caráter mais eclesiológico, centra-se na Igreja.

“Tu és o Cristo, o Filho de Deus”, isto é o libertador, o enviado por Deus. Jesus mantinha uma relação de profunda intimidade com Deus, que Lhe confiou uma missão única de salvação dos homens.

A base firme sobra a qual assenta a Igreja de Jesus é a fé que Pedro e a comunidade dos discípulos professam em Jesus como o Messias, o Filho de Deus. É a essa comunidade que Jesus confia a chave da Igreja, o poder de ligar e desligar.

Fica como reflexão: quem é Cristo para mim? Que significado ou que espaço Ele tem em minha vida? Qual a importância que seus valores assumem em minhas opções? Que esforço faço (ou não faço) para segui-lO?

Anaíres Lino


quinta-feira, 28 de junho de 2012

RECORDANDO A 207


Q
uem se lembra?

- do pirão de ovos da Aila
- das sopas de feijão
- do forno à brasa que nunca fez bolo
- do fogão a lenha
- do guarda-louça
- das anáguas no grude
- das “tranças” da Aglair
- do “nem ligo a zoada da mutuca... tranchim”, seguindo de 2 muxoxos, da Aines
- da máquina de costura Singer da mamãe
- da queimadura da Lucinha
- das brigas do Tizim na Rua
- do pombal do Zeairles
-d as cadeiras de palhinha
- das faxinas da Aila
- do pão doce na merenda
- do “se faz de vítima” do Boneco
- da teimosia da Aila
- do capitão Bloyd
- dos que mijavam na rede
- das “implicâncias” da Aines
- dos cocorotes da mamãe
- do “seu” Pedroca da Anjoca
- do rádio Telefunken
- das camas Patente Faixa Azul
- do Tizim de batina
- das rezas da mamãe no monturo
- dos gibis
- do Galo de Campina do Zé Airles
- da Nice
- do “rabo de cavalo” da Altair
- das chegadas tarde do Boneco
- da preocupação da mamãe
- do “puxado” da Gulai
- da coçada de cabeça do papai
- da nudez do Joãozinho
- das rodadas de conversa depois do almoço
- do ouvido “aguçado” da Aila
- dos purgantes de óleo de rícino
- do “Poste” da  Neném
- da “bença” papai/”bença”mamãe, à noite
- e mais alguma coisa.

ZÉdoLINO

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Amar é...


F
ala-se muito em amor, mas pensa-se e vive-se pouco o que seja amar. Para maioria amar é algo imenso que transcende o tempo e o espaço... Amar é um exercício contínuo, perseverante, de pequenos gestos que vão se tornando hábitos, nos aproximando de Sua semelhança...

Amar é escutar alguém quando se está com pressa...

Amar é aceitar o diferente, o que não pensa igual, não com a benevolência de quem se acha melhor ou superior, mas com a humildade de quem não sabe nada ou quase nada...

Amar é acolher o próximo, não aquele que está distante ou que vemos por breves instantes, mas aquele que e está sempre junto mesmo que pareça e seja bem mais difícil...

Amar é aceitar que o outro é fraco, com defeitos e amá-lo mesmo assim, sem camuflar, esconder suas dificuldades e quedas...

Amar não é abraçar o inimigo, mas rezar por ele, não é tentar ver só as qualidades, mas ajudá-lo a superar os defeitos...

Amar é proteger o outro na doença, mas principalmente protegê-lo de nossas enfermidades...

Amar não é querer bem a quem lhe fez mal, mas querer o bem dele, é ver Deus em todos e ser tolerante, amável, generoso...

Amar é estender a mão, superando a mágoa, é querer que o outro cresça, é chorar com ele e não por ele. É fazer do outro sua prioridade esquecendo as suas...

Amar é oferecer o seu sorriso, seu tempo, seu abraço, é perdoar não com palavras, mas com gestos...

Amar é perceber quando se aproximar e quando se afastar, é perceber quando já não se soma, é ficar longe torcendo pelo êxito, pela felicidade, pela realização, é ficar junto em silêncio...

Amar é descobrir em pequenos gestos uma maneira de melhorar a vida de alguém, de ser um porto para quem precisa, é saber que se tem infinitas maneiras de se doar, de ser feliz...

Ana Lúcia Lino

sábado, 23 de junho de 2012

SOLENIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA


24.06.2012- Lc 1,57-66.80

A
 liturgia de hoje apresenta a figura profética de São João Batista, escolhido por Deus antes de nascer.

Isaias faz alusão à missão profética, que só pode ser entendida se tem origem em Deus e se estende sob a luz de Deus. O profeta é o homem que Deus elegeu para levar a sua palavra e o seu papel é cumprir com fidelidade a missão que Deus lhe destinou, com certeza de que Deus não lhe abandonará.

Com o batismo, todos nós somos chamados a ser profeta.

Em Atos, João Batista é apresentado como aquele que vem preparar a vinda do Senhor. Ele tem consciência de ser apenas um simples e frágil instrumento de Deus: “não sou digno de lhe desatar as sandálias”. Ele se esforça para não apontar para si, mas para Cristo. Pois, não são as qualidades do profeta que são determinantes, mas a ação de Deus.

No Evangelho Lucas inicia o relato do nascimento de João dando um tom de alegria. Aliás, alegria é um traço característico da teologia de Lucas. É a alegria dos tempos novos, do cumprimento das promessas de Deus, o tempo da misericórdia.

Deus nos ama tanto que “inventa” formas humanas de se comunicar conosco e de fazer chegar até nós sua palavra. O Deus/amor se revela na pessoa de João. Ele é um dom de Deus.

João Batista veio anunciar a chegada iminente da salvação. Ele tinha consciência plena de seu papel. Ele era a seta que indicava o Salvador.

O profeta deve ter cuidado para não usurpar, nunca, o lugar de Deus.

Anaíres Lino

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Saudade...


O
 dia está cinzento, preguiçoso, sem decidir com que cor vai se apresentar, vagaroso, quase sombrio, sem se importar com as horas que passam.

É um tempo que contagia, e fica aquela vontade de fazer a mesma coisa... e é tão bom não decidir, empurrar esse marasmo indefinidamente...e quando nos damos conta estamos sentada, com uma xícara de café na mão  e aquela saudade ainda não definida, saudade de tudo e de todos...

Saudade não é só uma questão de distância, que colabora, mas não é determinante. Não é também uma questão de importância, às vezes se sente de coisas pueris.

Saudade não é uma lembrança, é mais que isso, é o que não deveria ter terminado ou nem começado... não é evocada e nem sempre desejada, é oportunista, acho até necessária, mas... entristece...

Saudade é assim, um sentimento indeciso... sofremos por algo ou alguém que amamos.

Saudade é uma lembrança boa que dói...

É como abrir uma janela e ela entra, penetra na alma, às vezes docemente como uma flor de laranjeira ou forte como uma ventania... e nos envolve com cheiros, lembranças, cores, com uma vontade de voar, retroceder para chegar a um lugar, e nos emociona, nos paralisa e nos faz chorar...

É um peito apertado, um sorriso forçado, um olhar para dentro... é prender pessoas, segurar lembranças, alcançar lugares, reter situações e...voltar vazio, as mãos nuas, o coração cheio, a alma ferida, os olhos molhados...

Saudade é rever um retrato, parar o tempo, sentir novamente a beleza, o aconchego, o abraço, a alegria, breves no tempo e profundo na alma, é ouvir na música toda imensidão de sons que fizeram rir e sonhar, como ficar numa estação de trem vendo a felicidade partir, mas presa à chegada... é como areia que escorrega lenta entre os dedos, é como a onda forte que vai sem quase chegar. É como uma dor que se retira mansa, mas não totalmente...

Saudade é assim... indefinida, atemporal, que vem sem aviso, que parte rápido e deixa uma tristeza, alguma lágrima e uma só a certeza de um novo encontro...

Ana Lucia Lino

quarta-feira, 20 de junho de 2012

250 ANOS DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PALMA


B
aturité viveu, nesta terça-feira, a maior festa católica  de sua história. A Praça da Matriz ficou lotada com a presença de milhares de fiéis  que ocorreram de todos os recantos do município e cidades vizinhas para  missa campal presidida pelo Pároco Padre Edmilson Mendes, coadjuvado  por inúmeros padres que vieram prestigiar a solenidade ou  foram vigário da Paróquia.

Era o encerramento do jubileu dos 250 anos de instalação da Paróquia Nossa Senhora da Palma, a única com esta invocação em todo mundo.

As comemorações foram iniciadas com um Tríduo sempre presidido por altas autoridades da Igreja e o comparecimento de  número incalculável de devotos que prestigiaram sua padroeira, que a 250 anos vem derramando suas graças e bênçãos sobre nossa cidade, iluminando nossos caminhos, dando luz à nossa escuridão e aqui fazendo sua morada.

Nosso pároco, Padre Edmilson Mendes, se esmerou na organização das festividades que teve o apoio da comunidade católica e até mesmo de pessoas não chegadas às cerimônias religiosas, nesta data histórica que precede a criação do próprio município.

A primeira medida foi a recuperação completa de nossa Matriz, que teve toda sua pintura, bancos, piso, instalação elétrica e serviço de som restaurados  e, principalmente, das imagens sacras e afrescos que compõem seu rico acervo.

Hoje, nosso templo, com 250 anos,  que é a   “Igreja Mater” de toda região do Maciço, se tornou não somente centro católico da cidade para onde os piedosos veem para prestarem culto à nossa Trindade Santa, mas o orgulho pela beleza que encerra.

Se a instalação da Paróquia há 250 anos foi um acontecimento especial que marcou a presença de Maria e lançou a semente da evangelização na região, que germinou de maneira admirável  no coração de cada paroquiano, hoje, DEZENOVE DE JUNHO, se consolida e se renova na sua fé cristã e se torna dia de gratidão e louvor a Deus que se dignou a vir ao nosso encontro e nos dar Sua Mãe para nos proteger e nos cobrir com seu Manto Sagrado.

Várias gerações se passaram desde que seu primeiro vigário, Pe Patrício Joaquim assumiu sua direção até o atual,  Pe Edmilson Mendes. E muitas gerações passarão, mas  a presença venerada de Maria se perpetuará no nosso meio até o final dos tempos,  para sermos sempre uma comunidade cristã na  caminhada para nossa salvação e graça.

Por tão excelsa festa: GRAÇAS A DEUS!

Baturité/ZEdoLINO




terça-feira, 19 de junho de 2012

VOLTA


E
la nos guiou, por anos, nossa vida cristã.

Encaminhou-nos com suas ações, nos dirigiu com suas palavras e, com seus ensinamentos, nos mostrou o caminho do Senhor.

Sua espiritualidade foi sempre um exemplo para todos que a rodeavam. Seu jeito de viver, inspirada na revelação cristã, orientou nosso modo de agir, ajudou-nos a enxergar nosso sentimento e, enfim, aclarou nossas deliberações com valores evangélicos.

Essa experiência de Deus feita por ela, em toda sua vida, foi uma determinação desde sua infância, percorreu a sua mocidade e nunca lhe foi tirada, em nenhum momento de sua vida.

Por todo esse legado, por toda essa espiritualidade é que me arrogo o direito de dizer: Volta!

É sabido que, primeiramente, nos relacionamos com nós mesmos. Serve para nos aceitarmos e nos valorizarmos. Também nos relacionamos com o transcendente, a quem chamamos de Deus. Essa dimensão nos leva a amar. Uma outra dimensão é a de conviver com os outros. Tem o sentido maior de por em prática o amor do Pai, aceitando e valorizando o outro.

Esse é o momento de lhe mostrarmos que aprendemos a viver todas essas dimensões, que sua vida gerou frutos, que nada foi em vão. Estamos aqui, juntos e solidários, pedindo que volte.

Volte a partilhar a mesma casa com nossa irmã tão querida de todos nós e nossa mãe nos seus últimos passos.

VOLTA AILA!

sábado, 16 de junho de 2012

11º DOMINGO TEMPO COMUM


17.06.2012 – Mc 4,26-34

O
 tema de hoje é um alerta para uma vida de confiança e esperança.

Ezequiel, o profeta da esperança, assegura que, não obstante a dramática situação do tempo presente, Deus não abandona o seu povo e construirá com ele uma história de salvação e de graça.

Deus nunca nos abandona, aprendamos que sua lógica é diferente da nossa, para confundir os poderosos Ele exalta os humildes.

Numa visão simplista, nos parece que Paulo negligencia a vida terrena. O que ele quer de nós é que ainda nesta vida nos comprometamos e vivamos de acordo com as exigências de Deus, sem nos alhearmos das responsabilidades que temos aqui, mas agir como pessoas que creem em Deus.

As parábolas são uma linguagem habitual que Jesus usava para se fazer entender, porque é muito carregada de sentido e possibilita a reflexão.

Na primeira parábola a intenção primeira não é realçar o que o agricultor faz, mas mostrar o dinamismo vital da semente. O Reino de Deus é esta semente que atua no silêncio e nenhum obstáculo frustrará o seu plano. É um convite à serenidade e à confiança.

A segunda parábola, a do grão de mostarda, que indica que Deus serve-se de algo pequeno e insignificante aos olhos do mundo para realizar grandes projetos de salvação e de graça. É um convite à esperança, à confiança e à paciência. E ao mesmo tempo exorta-nos à simplicidade, à normalidade do dia-a-dia e à aparente insignificância das ações simples.

Anaíres Lino


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Gosto muito do Pacheco (2)!


G
osto de ver esse pescador que todo dia vai ao mar e nunca desiste.
Gosto das ruas mal cuidadas por uma Prefeitura que acha que o Pacheco não existe.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto da canjica que a Ana faz e da panela pra raspar.
Gosto do carioquinha que a Ana traz e da manteiga pra passar.

Gosto do alpendre, da noite e do vento fresco que vem do mar.
Gosto de falar da vida alheia e não falta gente pra falar.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto da farofa de ovos caipira misturada com arroz.
Gosto do balanço da rede, da preguiça e do trabalho pra depois.

Gosto do verde da grama, do céu azul e do amarelo do girassol.
Gosto da tarde que chega preguiçosamente escondendo do sol.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto da casa cheia, dos amigos, da família e do barulho.
Gosto de muita gente e essa gente é meu orgulho.

Gosto muito do Pacheco, mas sem a Ana, gosto não.




terça-feira, 12 de junho de 2012

Preguiça...


G
osto muito de ouvir rádio, mais que TV. Tenho um aparelho em cada cômodo da casa e frequentemente todos ficam ligados enquanto executo algum trabalho, sim porque às vezes trabalho.

Outro dia ouvia um programa quando anunciaram uma simpatia para acabar com a preguiça... Fechei imediatamente, era a última coisa que queria saber... Adoro ter preguiça, como é bom embromar, deixar para depois o que é supostamente necessário... É tão bom achar que nada é mais importante que esta letargia consentida, esse ficar observando nuvens, insetos, flores, ventos, nada... Aquela preguiça que lhe joga num canto, confortável, torcendo para o telefone não tocar, para que alguém lhe traga um café, mas que não queira uma conversa em troca.

Pode-se ficar horas apontando um lápis, mexendo o garfo no prato vazio ou na TV passando de um canal a outro sem fixar em nada, ou vai-se para internet indo e voltando sem encontrar nada que interesse nem mesmo curtir aquelas incompreensíveis fotografias de comida... Mas o prazer de ficar neste estafante exercício, de se entregar ao fazer nada é tudo que se quer no momento, confesso esta é uma situação que não tem preço.

Às  vezes o espírito baiano é tão forte que se adia até o texto do blog que já está atrasado... E fica-se vagabundando, brincando com fiapo de roupa e até comer alguma coisa é preguiçoso e se for fruta com casca, esquece, já era...

Pode-se até esticar uma conversa boba se for pretexto para adiar o conserto de uma torneira que pinga, a passada ao banco, a conversa com a empregada, a compra do eletrodoméstico. Não existe coisa mais chata que comprar eletrodoméstico: primeiro você elege a marca, aquela que deu menos problema aos conhecidos, depois vai a dez lojas pesquisando preços e ouvindo o lenga lenga do vendedor, depois vem a entrega que sempre atrasa e se conseguir chegar inteiro e bem, vem a vontade pouca de pagar a promessa feita no inicio da empreitada...

Tudo começa e termina na bendita preguiça que vai se aperfeiçoando à medida que passam os anos, eu me considero doutora nesta falta de coragem e quero ficar assim, sem reagir, sem pressa, lentamente, contra o tempo, ou a favor dele, com os olhos fechando, num doce bocejo...mas afinal o que estava mesmo fazendo?

Ana Lúcia Lino




sábado, 9 de junho de 2012

Gosto muito do Pacheco!


G
osto de plantar plantinhas, sabendo que quase nunca vou colher.
Gosto de nada fazer ou inventar coisa pra fazer.

Gosto de nada fazer e em tudo bulir.
Gosto do mar que tá bem ali.

Gosto do frango fogoso que corre pra galinha e apanha do galo covarde.
Gosto da lua grande que nasce, da chuva fina que cai e do sol forte que arde.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto de ficar sentado na grama, arrancando matos e um monte de capins.
Gosto dessa vida parada, do farfalhar das folhas dos coqueiros e dos pulos dos sonhins.

Gosto de assar castanha, fazer churrasco e jogar baralho.
Gosto de chupar manga melando a mão e de comer caju tirado do galho.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto do gato em cima do muro que nunca pula pra cá.
Gosto das galinhas ciscando que põem um ovo aqui e outro acolá.

Gosto do pescador que me traz o camarão pescado na noite anterior e que chega fazendo zoada.
Gosto de comê-los no alho e óleo com uma cerveja suada.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto da rede na varanda e do grito: tá na mesa.
Gosto da luz apagada e só uma velinha acesa.

Gosto de arroz com ovos, pão com manteiga, café com leite e farofa de linguiça.
Gosto de deitar da rede, desfrutar do silêncio e curtir uma preguiça.

Gosto muito do Pacheco!

Gosto muito do Pacheco, mas sem a Ana, gosto não.




sexta-feira, 8 de junho de 2012

10º DOMINGO DO TEMPO COMUM

10.06.2012 – Mc 3,20-35

O
 Evangelho quer centrar nosso olhar na pessoa de Jesus. Pois, na caminhada da fé cada um é livre para optar pelo bem ou pelo mal.

A primeira leitura não é um relato científico, nem histórico, mas teológico. E quer nos ensinar que na origem do mundo e do homem está Deus, e na origem do mal e do pecado estão as opções erradas do homem.

Deus criou o homem para a felicidade, e como se explica, hoje, o egoísmo, a injustiça, a violência que desfiguram a criação? A serpente é um símbolo literário que representa tudo aquilo que nos afasta de Deus.

Na segunda leitura, Paulo nos assegura, que nos renovamos a cada dia na medida em que intensificamos nosso olhar nas coisas invisíveis, que são eternas.

O Evangelho nos apresenta Jesus na sua missão de anunciar o Reino. Sabemos que as pessoas não o aceitaram pacificamente. Era crescente a onda de contestação à sua pregação.

A cena se passa numa casa. A casa representa a comunidade judaica a quem Jesus dirige sua pregação. Há os que ficam dentro e seguem o radicalmente, e há os que ficam na porta, e por receberem outros ventos, hoje, se intitulam “católicos não praticantes”.

Só na radicalidade da opção por Jesus é que permanecemos na sua única família que é a de “quem quiser fazer a vontade de Deus”.


Anaíres Lino



Comentários


Sei que os comentários não estão saindo, mas insisto...
João Lino, puxa me emocionei, quase chorei, mas tudo que se fizer ou disser sobre a Altair ainda parecera tímido e insuficiente por tudo que ela já fez e faz por todos nos...bjs
Ana Lúcia Lino

Teté, você mexeu num baú de doces lembranças e de um trauma que me acompanha ao longo dos anos. Sempre quis ser anjo, podia ser no dia das ofertas para receber as flores ou no dia da procissão, não precisava ser perto do andor, podia ser o último anjo e vestido de qualquer cor até roxo... nunca consegui. Ficava olhando a Anaires, a Luisa e pensando que talvez no próximo ano... engolia o choro e partia pra frente... até que um dia desiludida de tudo cheguei a seguinte conclusão: anjo não tem pé chato...

Ana Lúcia Lino

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Crônica que não foi escrita - MÊS DE MAIO


F
indou-se o mês de maio. Um mês em que se comemorava uma das maiores festas religiosas da cidade de Baturité.

Durante todo mês havia novena na capela dos padres e das irmãs salesianos. Os alunos eram obrigados a comparecer - e nem carecia esta imposição porque o espírito religioso que se infundia em cada um impulsionava-os a participar das celebrações sacras.

Hoje todos os atos religiosos são procedidos da celebração da Santíssima Eucaristia, mas naqueles tempos havia somente novena, encerrada como a exposição do Santíssimo Sacramento.  Era uma celebração muito emotiva, com cantos sacros, muitas vezes em latim, como o Tantum Ergo Sacramentus, incutindo  em todos, profunda reflexão nas coisas do altíssimo.

No dia 24 de maio, dia consagrado a Nossa Senhora Auxiliadora, havia procissão pelas ruas da cidade, ocasião em que os alunos trajavam fardas de gala, esmeradamente bem cuidadas, a Banda de Música engalanava as festividades, as autoridades civis, militares e eclesiásticas compareciam e o povo em grande número participava, para louvarem a padroeira salesiana.

No dia 3l de maio encerravam-se os festejos com a coroação de Nossa Senhora também com grande magnificência.

Hoje com a desativação das atividades dos padres salesianos e o pequeno número de freira que compõe o corpo administrativo do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, esta imponente festa praticamente desapareceu do nosso calendário litúrgico. Resta uma pequena procissão no dia 24, a celebração da Santa Missa e a coroação de Nossa Senhora, tudo muito simples, com participação diminuta do povo e nenhum entusiasmo do corpo discente.

Os ex-alunos que acompanham, hoje, este festejo sentem um imenso vazio dentro de si. É como tivesse descido as cortinas de um passado recente, dilacerando lembranças que embelezavam sua alma de estudante.

O progresso vai apagando tradições. O avanço da ciência não permite que o homem do presente tenha momentos para se dedicar as coisas de Deus. O progresso vai materializando as pessoas. A geração presente vai aos poucos se esquecendo das belas tradições e a geração passada vai apenas guardando, com saudade, belas passagens que aconteciam e enriqueciam sua infância.

Era assim o mês de Maio. O mês das Flores. O mês de Maria Auxiliadora.

ZédoLino

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mas o bom mesmo...


É
 muito bom ler um livro
E um bom filme assistir
Mas o bom mesmo
É ser irmão da Altair

É muito bom tomar banho de chuva
Correr na terra molhada sem saber pra onde ir
Mas o bom mesmo
É ser irmão da Altair

É muito bom ver seu time ganhar
Ser campeão, bi e tri
Mas o bom mesmo
É ser irmão da Altair

É muito bom ler no blog a Lucinha,
O ZedoLino, a Anaíres e o Bosquim
Mas o bom mesmo
É ser irmão da Altair

É muito bom saber que nossa mãe
Tá velhinha e tem o dom de nos atrair
Mas é muito bom saber
Que do lado dela tem a nossa irmã Altair.

É muito bom saber que lá na 83
A nossa mãe tem as cuidadoras
Que não a deixam cair
Mas o bom mesmo é saber que ela
Tá nos braços da Altair.

Assim a gente dorme sossegado
E a mamãe dorme com ela
Porque de perto dela ela nunca vai sair
Ah! Se toda mãe tivesse uma filha Altair