G
|
osto de plantar plantinhas, sabendo que quase nunca vou
colher.
Gosto de nada fazer ou inventar coisa pra fazer.
Gosto de nada fazer e em tudo bulir.
Gosto do mar que tá bem ali.
Gosto do frango fogoso que corre pra galinha e apanha do
galo covarde.
Gosto da lua grande que nasce, da chuva fina que cai e do
sol forte que arde.
Gosto muito do
Pacheco!
Gosto de ficar sentado na grama, arrancando matos e um monte
de capins.
Gosto dessa vida parada, do farfalhar das folhas dos
coqueiros e dos pulos dos sonhins.
Gosto de assar castanha, fazer churrasco e jogar baralho.
Gosto de chupar manga melando a mão e de comer caju tirado
do galho.
Gosto muito do
Pacheco!
Gosto do gato em cima do muro que nunca pula pra cá.
Gosto das galinhas ciscando que põem um ovo aqui e outro
acolá.
Gosto do pescador que me traz o camarão pescado na noite
anterior e que chega fazendo zoada.
Gosto de comê-los no alho e óleo com uma cerveja suada.
Gosto muito do
Pacheco!
Gosto da rede na varanda e do grito: tá na mesa.
Gosto da luz apagada e só uma velinha acesa.
Gosto de arroz com ovos, pão com manteiga, café com leite e
farofa de linguiça.
Gosto de deitar da rede, desfrutar do silêncio e curtir uma
preguiça.
Gosto muito do
Pacheco!
Gosto muito do Pacheco, mas sem a Ana, gosto não.
Belissima declaração de amor.
ResponderExcluirAcho que já valeu para o dia dos (eternos) namorados. Concorda Ana?
Bjs Anaíres
Acrescente a preguiça a inveja... estou morrendo de inveja e não só da declaração (chega-se um tempo que os sentimentos vão se universalizando, tudo é tudo e de todos), mas é principalmente das castanhas, do caju,do camarão e do pão com ovo e linguiça (não é atoa que o Xodó diz que como tudo que passa na minha frente), bjs
ResponderExcluirAna Lúcia Lino