terça-feira, 26 de maio de 2015

Amou-nos sempre!

E
stou aqui sem ter previamente tratado dessa reflexão com os filhos da mamãe, mas me atrevo a falar em nome deles. Venho, em nome de todos eles, porque o momento é de vangloriar.

Sim! Nos vangloriamos! Não simplesmente pelos 105 anos, um tempo memorável, mas e, principalmente, como ela viveu esses anos, fazemos alarde pelo bem que ela fez nesses anos de vida. Pela maneira de ser, pelo modo de agir, pelo coração generoso e por suas atitudes de tão grande dignidade.

Viveu fazendo o bem. E o fez porque soube se conquistar como gente. E quem se conquista como ser humano sabe se doar, consegue servir e conhece as necessidades do outro.

Nos vangloriamos! Porque ela sabia nos olhar, nos enxergar por dentro. Nas nossas tristezas era a primeira a chorar, em nossas alegrias, seu sorriso já iniciava nos olhos até alcançar os lábios.

Nos vangloriamos! Pela sua dedicação a todos nós. Amou-nos vinte e quatro horas do dia, todos os dias. Amou-nos desde a fecundação da Aila até a última quarta feira.

Deus nos deu a graça da fé e pela bondade infinita do Pai nos deu a Enedina para que abraçássemos firmemente essa fé e vivenciássemos. Hoje estamos aqui na Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica, porque fomos trazidos por ela. Foi ela quem nos iniciou no catecismo, nos ensinou os mandamentos e as primeiras orações.

Dirigimo-nos a Nossa Senhora, mãe de Deus: Maria, hoje a Senhora tem a seus pés outra Maria, a Maria Enedina. Gostaríamos de Lhe fazer algumas recomendações: ela gosta de carne “muçiça”, gosta de suco com bastante açúcar, não é muito de tomar água, sobremesa só doce de banana de rodelas.  Tem mania de limpeza e gosta das coisas bem limpinhas.

Maria, essa Maria tem muitas manias – a maior delas é nos amar intensamente. Amou-nos em profundamente. Amou-nos até quarta feira.

Até quarta feira?


Ora, quem nos amou de forma tão intensa até o ultimo suspiro, como pode parar de amar se onde ela está tudo é Amor?


terça-feira, 12 de maio de 2015

Será?

A
 vida se divide em três períodos: aquilo que foi, o que é e o que será.
Da mamãe, fico imaginando essas estações.
Qual a melhor?
O seu século dedicado a nós foi o melhor? Nada dela foi confiado a outrem, nada foi relaxado, nada desperdiçado nem esbanjado, toda sua vida foi para nosso colheita.
Será que é melhor do que agora?
Será?
Vendo-a cada dia, na sua cadeira, não tem preço. E sua presença é de um valor incalculável. Parece que sua existência justifica nossa presença ou a nossa presença que justifica sua vida?
Então, será essa a melhor época?
Será?
E quando ela partir e ficar face a face com o Pai? Lá onde o amanhecer é eterno e a visão é plena.
Será que pode existir algo superável?

Será?