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stou
aqui sem ter previamente tratado dessa reflexão com os filhos da mamãe, mas me
atrevo a falar em nome deles. Venho, em nome de todos eles, porque o momento é
de vangloriar.
Sim!
Nos vangloriamos! Não simplesmente pelos 105 anos, um tempo memorável, mas e, principalmente,
como ela viveu esses anos, fazemos alarde pelo bem que ela fez nesses anos de
vida. Pela maneira de ser, pelo modo de agir, pelo coração generoso e por suas
atitudes de tão grande dignidade.
Viveu
fazendo o bem. E o fez porque soube se conquistar como gente. E quem se
conquista como ser humano sabe se doar, consegue servir e conhece as
necessidades do outro.
Nos
vangloriamos! Porque ela sabia nos olhar, nos enxergar por dentro. Nas nossas
tristezas era a primeira a chorar, em nossas alegrias, seu sorriso já iniciava
nos olhos até alcançar os lábios.
Nos
vangloriamos! Pela sua dedicação a todos nós. Amou-nos vinte e quatro horas do
dia, todos os dias. Amou-nos desde a fecundação da Aila até a última quarta
feira.
Deus
nos deu a graça da fé e pela bondade infinita do Pai nos deu a Enedina para que
abraçássemos firmemente essa fé e vivenciássemos. Hoje estamos aqui na Igreja
Una, Santa, Católica, Apostólica, porque fomos trazidos por ela. Foi ela quem
nos iniciou no catecismo, nos ensinou os mandamentos e as primeiras orações.
Dirigimo-nos
a Nossa Senhora, mãe de Deus: Maria, hoje a Senhora tem a seus pés outra Maria,
a Maria Enedina. Gostaríamos de Lhe fazer algumas recomendações: ela gosta de
carne “muçiça”, gosta de suco com
bastante açúcar, não é muito de tomar água, sobremesa só doce de banana de rodelas.
Tem mania de limpeza e gosta das coisas
bem limpinhas.
Maria,
essa Maria tem muitas manias – a maior delas é nos amar intensamente. Amou-nos em
profundamente. Amou-nos até quarta feira.
Até
quarta feira?
Ora,
quem nos amou de forma tão intensa até o ultimo suspiro, como pode parar de
amar se onde ela está tudo é Amor?
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