quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Preciso acreditar


P
reciso acreditar que a mágoa desaparece, que a dor termina, que a lágrima seca...

Preciso acreditar que a chuva passa, que os pássaros voltam, que o verde brota, que a flor surge...

Preciso acreditar que o sorriso é maior que a solidão, que a alegria vence a tristeza...

Preciso acreditar que a criança sobrevive à idade e permanece cálida dentro de nós...

Preciso acreditar que existe beleza no abismo e no quase nada...

Preciso acreditar que há vitória no fracasso e poesia na turbulência...

Preciso acreditar que há liberdade no cárcere e no mistério, e que o excesso aprisiona...

Preciso acreditar que há perdão no sofrimento e na perda, e revolta na injustiça...

Preciso acreditar que há fecundidade na aridez e na angustia...

Preciso acreditar que tudo passa e que os caminhos são muitos...

Preciso acreditar que existem pessoas insubstituíveis e que os passos são eternos...

Preciso acreditar que a saudade não é um vazio, mas o resultado de um bom momento...

Preciso acreditar que as pessoas são maiores que as ideias e que a opinião é menor que o coração...

Preciso acreditar que somos imperfeitos que as divisões não são intransponíveis e esperar faz parte do jogo...

Preciso acreditar que o passo que leva ao encontro deve ser o meu e que nada é em vão se a alma for cheia de alegria e esperança...

Preciso acreditar que o caminho é duro, a brisa é suave e a paisagem compensa...

Preciso acreditar...


Ana Lucia Lino




domingo, 8 de setembro de 2013

Pense nisso!

Q
ual deve ser nossa resposta à pobreza de nossos irmãos de rua?

A gente convive com eles nas ruas, nas praças, no centro, elas tocam as campainhas de nossas casas, mostram suas caras nos cruzamentos. São pessoas que vivem no limite da sobrevivência.

Convive é o modo de dizer. Na verdade, a gente mal os vê. Desviamos deles propositalmente, mudamos de calçadas, despachamos pelo interfone, levantamos o vidro do carro. De propósito, os ignoramos.

Mas, apesar de tudo, temos um grande desafio: que resposta vamos dar para aqueles que estão aprisionados na extrema pobreza? Talvez estejamos vivendo uma vida moralmente boa, mas mesmo assim precisamos de uma mudança, digamos apressadamente, drástica.

Existe um programa do governo, o LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social – em que os moradores de rua podem ser favorecidos, eles, entretanto, precisam completar 65 anos. Sabem quantos eu conheço que foram beneficiados? Dois. Sabem por quê? Porque simplesmente eles morrem antes de completar essa idade.

Eles estão morrendo de diarreia  de gripe, que vira uma pneumonia, de dengue, de tuberculose, de drogas, de AIDS etc etc etc. Maioria das doenças que entre nós raramente são fatais.

Essa pobreza extrema dos moradores em situação de rua não se resume simplesmente a uma questão de necessidades materiais não atendidas. Vai além. Eles se sentem impotentes e indesejados pela sociedade. São tratados com indiferença. Como alguns dizem: “Somos tratados como bicho”.

E o pior de tudo, é que nós continuamos a gastar desnecessariamente. Acintosamente. Não é exagero dizer que quase todos nós gastamos com compras coisas das quais não precisamos, o pior, algumas que talvez nem chegamos a usar ou comer.

E eles, eles, os nossos semelhantes, continuam a morrer nas calçadas.

A gente precisa fazer alguma coisa. Precisamos adotar essa gente. O melhor identificador de um cristão é perceber como ele trata seus semelhantes, precisamente aqueles que, a princípio, não podem lhe trazer benefício algum.

Sabe o que estou querendo fazer: colocar o dedo na nossa ferida, ou melhor, na nossa comodidade.


Em tempo – Escrevi tudo de um fôlego só, pois acabo de saber que estão providenciando uma festa de aniversário de um garoto por ele está completando dez anos. Estão gastando mais de cem mil reais para a festa desse garoto.


  

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Estamos porque somos!

E
stamos constantemente reunidos. Somos unidos.

Exatamente porque estamos, somos.

Reunidos e unidos dentro de nossa diversidade. O que é um grande – ou talvez, o maior – mérito. Não somos unidos por sermos subservientes a uma ideia exclusiva, a um único conceito ou a uma privilegiada opinião.


Estamos e somos porque nos gostamos. Nos gostamos como somos.

A “83” tem uma estrutura sólida tendo como alicerce uma boa formação religiosa, dentro de princípios éticos e fundamentada em valores morais.

Isso não significa dizer que não somos cheios de defeitos e falhas, mas isso não nos impede – graças a Deus – de nos compreendermos e de nos aceitarem como somos. A isso damos o nome de respeito.

A vida tem enormes obstáculos e esses desafios são mais fáceis de superá-los com amor e união. Isso não falta na “83”.


Assim como o amor é o distintivo do cristão, a união é a especialidade da “83”.