terça-feira, 13 de novembro de 2018

Um homem bom!



Quando adoçava meu pranto e meu sono
No bagaço de cana do engenho (...)
Eu era alegre como um rio
Um bicho, um bando de pardais.
Como um galo, quando havia
Quando havia galos, noites e quintais.”

Essa música do Belchior me faz lembrar muito nosso pai.

Papai, que ouvíamos nas madrugadas cantando para uma junta de bois, que monotonamente circulavam o engenho, moendo a cana, fazendo a garapa que descia para as caldeiras. E como ainda havia galos, estes cantavam com o dia que amanhecia. E o bagaço era espalhado para secar.

Papai era um homem muito bom!

É preciso que a gente se lembre do Papai.

Papai era um homem muito bom!

Um homem do bem, trabalhador.

Que ficou na roça pra gente ficar na cidade.

Que trabalhou na roça pra gente não voltar pra ela.

Papai nos ensinou tanto... tanto... com sua simplicidade.

Com seu humor e sua gostosa gargalhada. Que enorme doutrina.

Papai era um homem bom!

É preciso que a gente não o esqueça.

Sem nunca abrir uma bíblia para gente, ensinou-nos tantas lições que têm dentro dela.
Papai viveu com os pobres e isso é um dos maiores ensinamentos bíblicos.

É preciso não esquecer!

Papai era um homem bom!

Muito bom!

Do bem!


Em tempo: depois explico como papai me ensinou usar a crase.