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cho que no último encontro estava deixando a Alemanha, a sua capacidade
de deixar as estradas em condições de tráfego mesmo depois de uma noite de
neve, a confiança de não fazer vistoria nos apartamentos mesmo diante de uma
bagagem bem mais robusta, as suas cidades funcionais com iluminações com postes
baixos para não sacrificar as árvores com podas desnecessárias, suas estradas
sem buracos, enfim como queríamos que fossem nossas cidades.
Seguimos Joana e eu para uma estação de trem que nos levaria a Paris e os outros
seguiriam de carro para Frankfurt onde tomariam o avião de volta. Na estação o
vento frio dava a sensação de termos aberto o freezer e ficado lá, ainda bem
que o atraso foi de apenas quinze minutos, era um trem bala muito confortável
que numa velocidade de mais de 300km por hora, em apenas 3 horas nos deixou em
Paris.
Paris é uma cidade única, parece ter sido feita de uma única vez, essa primeira impressão vai se confirmando cada vez mais à medida que vamos conhecendo mais. Tudo é lindo, tudo é profundo, tudo é bem feito, o que inevitavelmente nos leva ao incompreensível mau humor do francês.
Pode-se ir a qualquer lugar e facilmente usando o imenso e fedorento
metrô e qualquer lugar se torna um passeio maravilhoso, sempre há um fato
histórico, um museu, uma praça, um bistrô, isto é, você nunca erra.
Ou melhor, quase nunca, saímos eu e a Joana para tomar o metrô, mas sem
combinar direito o itinerário, chegou o trem, entrei e quando olhei a Nana
tinha ficado e lá vou eu sem saber para onde.
Coisas de beradeira.
Nunca vi tanto asiático e sempre com aquelas máquinas tirando foto de tudo e de todos, acho que só quando voltam é que vão saber por onde andaram, de certa maneira até se justifica porque a cidade ainda estava guardando alguns enfeites de Natal e aí já é covardia.
Bom, mas tudo que é bom parece que dura pouco, chegou o dia da volta e
parecia que a nevasca do dia anterior ia adiar, mas o nosso avião (soube
depois) foi o último a ter permissão de voo naquele fim de semana. A Joana
falou que foi a pior viagem que ela fez, muita turbulência, eu não sei porque
dormi. Às vezes ser beradeira tem suas vantagens. Até a próxima.
Ana Lucia Lino