segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Vai não!


- Vai não!

- Vai não!

Disse a Aila, naquele abraço.

Foi assim a despedida da Aglair e da Aila.

Do portão, vimos um abraço tão carinhoso, tão doce, tão apaixonado.

Vimos também lágrimas, lágrimas nas duas.

Quando vimos lágrimas no rosto da Aila, percebemos que estava ela dizendo o que já não conseguia mais balbuciar.

Na Aglair notamos seus olhos cheios de lágrimas que igualmente lhe impediam de falar, mas deixavam uma certeza:

- conte comigo, minha irmã.

As dores das enfermidades, aplicações que não acabam, um tratamento sem fim, não tiraram da Aila seus melhores sentimentos, aqueles que se revelam no coração e se traduzem nas ações, tivemos certeza disso naquelas lágrimas.

Mulheres de sorte, que se abraçam e sentem saudades, ainda choram... uma pela outra.

Lá do portão, sorrimos sem jeito, Ana e eu, com os olhos lagrimejantes.

E antes de bater o portão, ainda ouvimos um leve murmúrio:

- Vai não!


- Vai não!