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vareza,
sovinice, mesquinhez, andam com a gente, estão no nosso dia a dia, fazem parte
de nossas ações e nós não percebemos.
Ou
fingimos que não.
Falo
de avareza no sentido de alguma forma que nós temos de agarrar sobre “um ter”.
Ou seja, sobre qualquer ter.
São
João Cassiano conta a história daquele monge que abandonou todos os seus bens à
porta de entrada do mosteiro e que, já morando entre os monges, foi incapaz de
abrir mão de uma borracha para emprestá-la aos seus confrades.
Esse
exemplo, aparentemente grotesco, ilustra muito bem determinados apegos que
temos e que podemos até chamá-los de irracionais.
Quando
acima mencionei “sobre qualquer ter”, queria me referir não somente a posse
material, mas também a posse de comportamentos, a posse de atitudes e,
principalmente, a posse de ideias.
A
posse da ideia parece-me a pior delas.
Têm
certos momentos que não admitimos “perder” nossas convicções, algumas vezes
somos incapazes até de ouvir argumentos que venham ferir nossos “dogmas”.
Aí
vem o perigo de não crescermos com os diferentes. E nalgumas vezes ficarmos
impedidos da generosidade, da partilha, de reconhecer que o argumento do outro,
mesmo contrariando nossas certezas, tem sentido e valor.
Talvez
emprestando nossa “borracha” seja um modo de nos fazermos uma bênção para os
outros. Aí, a avareza dá lugar à generosidade. E os generosos são mais humildes
do que os mesquinhos porque são, sobretudo, mais inteligentes.
Pensemos
nisso!
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