quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Pensemos nisso!

A
vareza, sovinice, mesquinhez, andam com a gente, estão no nosso dia a dia, fazem parte de nossas ações e nós não percebemos.

Ou fingimos que não.

Falo de avareza no sentido de alguma forma que nós temos de agarrar sobre “um ter”. Ou seja, sobre qualquer ter.

São João Cassiano conta a história daquele monge que abandonou todos os seus bens à porta de entrada do mosteiro e que, já morando entre os monges, foi incapaz de abrir mão de uma borracha para emprestá-la aos seus confrades.

Esse exemplo, aparentemente grotesco, ilustra muito bem determinados apegos que temos e que podemos até chamá-los de irracionais.

Quando acima mencionei “sobre qualquer ter”, queria me referir não somente a posse material, mas também a posse de comportamentos, a posse de atitudes e, principalmente, a posse de ideias.

A posse da ideia parece-me a pior delas.

Têm certos momentos que não admitimos “perder” nossas convicções, algumas vezes somos incapazes até de ouvir argumentos que venham ferir nossos “dogmas”.

Aí vem o perigo de não crescermos com os diferentes. E nalgumas vezes ficarmos impedidos da generosidade, da partilha, de reconhecer que o argumento do outro, mesmo contrariando nossas certezas, tem sentido e valor.

Talvez emprestando nossa “borracha” seja um modo de nos fazermos uma bênção para os outros. Aí, a avareza dá lugar à generosidade. E os generosos são mais humildes do que os mesquinhos porque são, sobretudo, mais inteligentes. 


Pensemos nisso!


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