quinta-feira, 2 de maio de 2019

MISSIONÁRIA DE DEUS


MISSIONÁRIA DE DEUS

A
li, não exagero se disser, no seu cativeiro, em uma minúscula sala, Aila está tomando sua aplicação de quimioterapia, servidão que vem desde o começo desta década.

Está com a Ângela, irmã de sangue e de alma e cúmplice... na fé.

A dor da quimioterapia nunca impediu que ela nos transmitisse delicadeza, ao mesmo tempo em que nos comunica doçura.

Seu sorriso é constante, sua voz é mansa.

Agradece com um olhar inocente a quem lhe oferece um copinho de café. À enfermeira que encontra a veia, baixa a voz quase até num leve sussurro, mostrando toda gratidão.

São sinais, são gestos, são acenos que não se aprendem em qualquer parte. Se adquire e se desenvolve no dia-a-dia... na vida... na vida... na vida.

Se nutre nos conselhos de outra Maria “Fazei tudo o que Ele disser”, se forja nos encontros espirituais e se alimenta pela vontade servir ao Pai.

É um depósito formado pela fé que não permite ser sacudido pela dúvida, nem quebrado pela suspeita e nem desaparecido pelo vacilo.

É algo que, se a gente não se voltar para nosso lado divino, seremos incapazes de compreender.

Aqui fora, estou eu, reparo na Ângela, o cuidado de sempre. Como se lê nas Escrituras “uma só alma, um só coração”.

E vejo a Aila.

E sinto que atrás dela se esconde algo que nos faz acreditar, e aqui tenho vontade de elevar a voz até ao grito:

É, como sempre foi, uma missionária de Deus que vive no meio de nós.

É isso, cumprindo o dever, legado por Deus, com seus sinais, gestos e acenos.


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