MISSIONÁRIA
DE DEUS
A
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li,
não exagero se disser, no seu cativeiro, em uma minúscula sala, Aila está
tomando sua aplicação de quimioterapia, servidão que vem desde o começo desta
década.
Está
com a Ângela, irmã de sangue e de alma e cúmplice... na fé.
A
dor da quimioterapia nunca impediu que ela nos transmitisse delicadeza, ao
mesmo tempo em que nos comunica doçura.
Seu
sorriso é constante, sua voz é mansa.
Agradece
com um olhar inocente a quem lhe oferece um copinho de café. À enfermeira que
encontra a veia, baixa a voz quase até num leve sussurro, mostrando toda
gratidão.
São
sinais, são gestos, são acenos que não se aprendem em qualquer parte. Se
adquire e se desenvolve no dia-a-dia... na vida... na vida... na vida.
Se
nutre nos conselhos de outra Maria “Fazei tudo o que Ele disser”, se forja nos
encontros espirituais e se alimenta pela vontade servir ao Pai.
É
um depósito formado pela fé que não permite ser sacudido pela dúvida, nem
quebrado pela suspeita e nem desaparecido pelo vacilo.
É
algo que, se a gente não se voltar para nosso lado divino, seremos incapazes de
compreender.
Aqui
fora, estou eu, reparo na Ângela, o cuidado de sempre. Como se lê nas
Escrituras “uma só alma, um só coração”.
E
vejo a Aila.
E
sinto que atrás dela se esconde algo que nos faz acreditar, e aqui tenho
vontade de elevar a voz até ao grito:
É,
como sempre foi, uma missionária de Deus que vive no meio de nós.
É
isso, cumprindo o dever, legado por Deus, com seus sinais, gestos e acenos.
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