sábado, 8 de junho de 2019

UMA IRMÃ FORTE E DE ALMA NOBRE


H
oje escrevo como se falando fosse.

Digo tudo com uma voz igual e cadenciada, como naquele momento em que a água cai gota a gota.

Estamos aqui, xxxxx, fazendo o exame: ELETRONEUROMIOGRAFIA. Nome grande e complicado, duas longas horas de exame.

Mais um que Altair faz.

Mais uma solicitação do dr Tiago Feijó.

Mais um martírio pra ela.

Falo tudo isso pra vocês, para que vocês se sintam como estivessem na 83.

É importante estarmos juntos. Participarmos de “seus”momentos.

Isso implica diminuir distância.

Aumentar afeto.

Diante disso, com benevolência, nossa decisão, vale a redundância, é decisiva.

Deixemos acesa a chama da vida SOLIDÁRIA, não permitamos que nossos carvões ardentes cobram-se de cinzas, e possibilitem, portanto, que dia para dia tornemo-nos cada vez mais SOLITÁRIOS.

Sejamos amantes da vida, pois é assim que o Senhor nos conduz a nós.

Isso mesmo... nos conduz a nós.

Já agora no fim, sinto que minha voz torna-se mais grave e mais pausada, baixo o tom ao pronunciar a palavra “Altair”.

Estamos falando de uma irmã forte e de alma nobre.

Falo no entanto estas coisas na presunção de que me compreendam, de que sentirão... sentirão... sentirão.


Por fim, concluo, mantendo-me calado e sério; fim do exame, ela vem vindo.

Fim.

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