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oje
escrevo como se falando fosse.
Digo
tudo com uma voz igual e cadenciada, como naquele momento em que a água cai
gota a gota.
Estamos
aqui, xxxxx, fazendo o exame: ELETRONEUROMIOGRAFIA. Nome grande e complicado,
duas longas horas de exame.
Mais
um que Altair faz.
Mais
uma solicitação do dr Tiago Feijó.
Mais
um martírio pra ela.
Falo
tudo isso pra vocês, para que vocês se sintam como estivessem na 83.
É
importante estarmos juntos. Participarmos de “seus”momentos.
Isso
implica diminuir distância.
Aumentar
afeto.
Diante
disso, com benevolência, nossa decisão, vale a redundância, é decisiva.
Deixemos
acesa a chama da vida SOLIDÁRIA, não permitamos que nossos carvões ardentes
cobram-se de cinzas, e possibilitem, portanto, que dia para dia tornemo-nos
cada vez mais SOLITÁRIOS.
Sejamos
amantes da vida, pois é assim que o Senhor nos conduz a nós.
Isso
mesmo... nos conduz a nós.
Já
agora no fim, sinto que minha voz torna-se mais grave e mais pausada, baixo o
tom ao pronunciar a palavra “Altair”.
Estamos
falando de uma irmã forte e de alma nobre.
Falo
no entanto estas coisas na presunção de que me compreendam, de que sentirão...
sentirão... sentirão.
Por
fim, concluo, mantendo-me calado e sério; fim do exame, ela vem vindo.
Fim.
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