sexta-feira, 30 de março de 2012

Qualquer coisa!

J
á estava para falar da casa 207, que firme e forte varou a semana, coloquei o cotovelo na janela e já estava revendo toda uma época quando percebi que já não estava mais ali... como na vida tudo e substituível, mudei de assunto, parti para outra.. vamos lá...

Todos dias bem cedo passeio com o Tuco. Aqui uma explicação, Tuco é o cachorro da minha filha e como o meu neto está com alergia, o primeiro a pular fora foi coitado e lógico para cá, porque a casa dos pais é o depósito natural das coisas dos filhos quando estes já não mais as querem, mas não o suficiente para joga-las fora.

Casa dos pais é uma espécie de limbo das coisas antes de irem para o lixo. É como a geladeira onde colocamos tudo que sobrou da última refeição antes irem para o lixo. Custei a entender este mecanismo até que descobri, não nos desfazemos no primeiro momento porque ainda estão boas, aí colocamos na geladeira para que fiquem velhas e aí nos desfazemos sem nenhum remorso.

Deixam de ser desperdício para se tornarem questão de saúde. Quer dizer, geladeira não só conserva, ela também torna as coisas imprestáveis, suaviza responsabilidade...

Bem, mas estava passeando com o Tuco, e isto me dá oportunidade de naquela hora, em que a cidade começa a despertar, poder ver como é linda a minha rua. Sem trânsito pode-se ver aquelas arvores imensas, centenárias, se juntando lá em cima formando uma belíssima alameda, pena que aprisionadas por horríveis canteiros de cimento, mas resistem, lindas com o sol tentado penetrar em suas folhas, formando um espetáculo estupendo... E começam a passar por mim, o entregador de jornal, algumas bicicletas, pessoas vestidas para caminhar, porteiros varrendo as calçadas. A cidade vai se acelerando, daqui a pouco o barulho, o trânsito e já não se pode continuar nesta contemplação... hora de voltar.

Ana Lúcia Lino


Observação: Aquele senhor, que no começo do blog me emocionou com seu comentário, desapareceu, será que se desinteressou do blog ou gastei toda minha capacidade naquele texto... Aguardo explicação e tomara que seja uma terceira vertente...
Ana Lucia Lino


Um comentário:

  1. Tu tá de novo com essa história de criar cachorro, não aprende. Daqui a pouco tá chorando. Mas gostei da contemplação, você é uma pessoa que vê a beleza nas pequenas coisas, ou dizendo melhor, nas coisas “impercebíveis” a olho nu.

    João Lino

    Quanto a observação - sem legendas.

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