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quarta-feira foi um destes dias bacanas. Antes que o sol mostrasse
sua “cara”, me montei no “verdinho”, coloquei minha mulher a tiracolo e nos
mandamos para a Soledade.
Nada de
ar-condicionado.
Era de vidro
aberto para poder sentir aquela brisa agradável das cinco horas da manhã nas
fuças. Conversando “miolo de pote”, mal percebemos os cinquenta minutos
de percurso decorrido. Quando passamos em Mulungu para comprar pão quente a
cidade ainda estava meio adormecida.
Desfrutamos
nos Couros, um dos pontos altos da serra, o sol nascente banhando o sertão
Canindeense. Que maravilha a natureza nos premia. Deus nos oferece
gratuitamente, mas são poucos que sabem desfrutar.
Como sempre
os donos, Dr. Tizim e Carmem, já estavam “levantados”. Ele vestido à
semelhança do Zé Preto, nos recepcionou com aquela voz “gasguita”,
que acordou até as galinhas que ainda estavam empoleiradas (menos a do almoço
que já estava na panela). Após as boas vindas fraternais dos anfitriões, fomos
para a mesa, que é o lugar preferido da casa, e comemos que só um “doutor”.
Depois nos
aboletamos no alpendre (nada de varanda, para mim vai morrer como
alpendre que foi assim que eu aprendi naquele casarão onde nasci e me criei) e
ficamos vivenciando a chuva fina a cair para alegria das matas verdejantes,
enquanto as conversas desfilavam “sem pé e sem cabeça”, experimentando
aquele friozinho que parece ser único na terra e sentindo o aroma de café “passado
na cara do freguês”, que logo seria servido. Porque lá café é servido assim e
não requentado como é costume numa casa que fica lá pras bandas da Praia de
Iracema.
Como tudo que
é bom passa ligeiro, mal a conversa tinha “esquentado” já chegou a hora do
almoço. Descrever a fartura da mesa é admissível, mas seu paladar é
impossível, só podemos dizer que tinha galinha caipira à cabidela e buchada de
carneiro. Aí diz tudo (nesta hora pensei na Gulai).
Depois aquela
sesta característica da família, que é uma espécie de “aquecimento” para a
merenda de despedida. Nova fartura tendo à frente tapioca de coco e nada de pão
dormido de três dias, especialidade da 8..., cala-te boca.
O sol correu
ligeiro só para contrariar e já ameaçava se esconder nas quebradas, anunciando
que nossa peripécia já tinha terminado. Um dia repousante. Onde se conforta a
alma. Esquecem-se as mágoas. Ama-se a natureza.
Aproxima-se
de Deus.
Regressamos
com saudade no peito e alegria na alma. Passeio assim? Felizes são os que podem
e faz. Carentes aqueles que podem e não faz. Nos sempre fazemos.
Até logo.
ZédoLino
Zé do Lino
ResponderExcluirE a palestra?
Nós tinhamos combinado todos lá no Mulungu, mas antes desse almoço à cabidela, nos falaram de uma palestra.
Por que amarelou?
Anaíres