quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O Justino não é um número!

F
alam que Fortaleza tem três mil moradores em situação de rua. Estampam nos jornais que, por ano, morrem dez a vinte moradores.

Números. Tão somente números.

Mas essa gente não é um número. São jovens e velhos, são pretos e brancos, são nossos semelhantes que buscam um lugar em nossa sociedade onde possam viver com dignidade.

O Justino morreu. Mataram.

Como foi?

Talvez numa briga por uma mesma companheira. Quem sabe por uma pedra de crack. Quiçá numa bebedeira. Parece que foi por causa de uma bicicleta. Motivos não faltam. Estes podem ser alguns das causas de sua morte. Causas não, consequências.

As causas são outras, que nossa sociedade há muito já lhe tinha imposto. Roubamos sua família, tomamos seu teto, passamos a mão no seu emprego e, antes de tudo isso, o desfalcamos de família.

No seu enterro não tinha ninguém chorando. Nenhuma pessoa lamentou sua morte, não se viu qualquer familiar. Esposa? Filhos? Ninguém. Uma só lágrima, umazinha só, não caiu numa face padecida. Era uma pessoa sozinha no mundo. Viveu solitário e a ermo morreu. Saiu da vida e entrou na estatística. Não é mais o Justino, mas um número. Dirão os jornais.

Mas o Justino não é um número.

O Justino não é somente destinatário, mas protagonista do anúncio do Evangelho no mundo de gente e não no mundo de números. Se isso não for verdade e não doer em nós, então vivemos numa era em que Deus parece ter sido erradicado do mundo.

É nisso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário